Relés de Proteção – Do Eletromecânico ao Digital
30 de março de 2024
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O tema qualidade de energia em sistemas elétricos, tem se desenvolvido muito nos últimos anos, sobretudo a partir do desenvolvimento de novos tipos de equipamentos que fazem uso maciço de componentes da eletrônica de potência. Em live organizada pela revista O Setor Elétrico no último dia 07 de abril que contou com a presença de profissionais renomados da área foram debatidos tópicos atuais e importantes da qualidade de energia. O grande crescimento da geração distribuída foi um dos focos do debate. Em nosso artigo de hoje vamos apresentar um breve conceito sobre geração distribuída (GD), assunto muito atual no setor elétrico e os desafios a serem encarados.
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Nosso sistema tradicional de energia elétrica, radial, onde a geração se localiza distante dos centros de consumo, cada vez mais tem aberto espaço para novas fontes de energia que se localizam próximas das cargas. A essa maneira de se gerar energia, chamamos de geração distribuída. De acordo com a ANEEL a GD pode ser definida como: “A Geração Distribuída é caracterizada pelas centrais geradoras de energia elétrica, de qualquer potência, com instalações conectadas diretamente no sistema elétrico de distribuição ou através de instalações de consumidores, podendo operar em paralelo ou de forma isolada e despachadas”.
A GD pode possuir vários propósitos, como já apresentados por vários autores. Na referência [1] é apresentado quatro propósitos secundários da geração distribuída, de acordo com a imagem ao lado. O propósito técnico se justifica pela engenharia, por necessidades operacionais e por reservas, por exemplo, para garantir o fornecimento de energia a cargas prioritárias em picos de consumo. Já o propósito econômico de uso da GD pode ser justificado pela queda de valores que este tipo de geração vem apresentando nos últimos anos, podendo ser utilizada para fornecimento em horários de ponta, onde a energia convencional pode ser mais cara. O propósito ambiental para utilização de uma GD também se justifica pela troca de uma fonte de energia convencional, poluente, por uma geração renovável, limpa. E o propósito social, muito importante, onde a GD pode ser instalada em lugares que não há conexão com a rede, sendo responsável pela inclusão de muitas pessoas para utilização de energia elétrica.
Com relação a tecnologia disponível para GD podemos citar:
Embora haja muitos benefícios com a inserção de geração distribuída no sistema elétrico, com diversificação da matriz energética, alívio no sistema elétrico em horários de alto consumo, dentre outros, existem inúmeros desafios a serem enfrentados pelos agentes do sistema.
Do ponto de vista das concessionárias e distribuidoras surge o dilema de como lidar com o novo cenário sem que haja perda de receita e aumento dos custos. Para os agentes regulatórios o desafio é como adaptar as regulamentações vigentes dos procedimentos de rede. E do ponto de vista social a questão é até qual ponto o crescimento da GD é benéfica para todos.
Por fim, do ponto de vista técnico, os especialistas no sistema se veem com novos desafios e discutem como lidar com o surgimento de problemas de qualidade de energia, como:
A geração distribuída é uma realidade que tem se firmado ao longo dos anos. A discussão sobre os benefícios e os desafios que ela traz para o sistema e para a sociedade é tema de debates por todo mundo. O avanço de novas formas de geração e da tecnologia está acontecendo em tempo real e cabe a todos os stakeholders zelar pelo bem-estar técnico e socioeconômico do sistema elétrico.
[1] SEVERINO, Mauro Moura. Avaliação Técnico-Econômica de um Sistema Híbrido de Geração Distribuída para Atendimento a Comunidades Isoladas da Amazônia. 335p. Tese Doutorado em Engenharia Elétrica, Universidade de Brasília, Brasília, DF, 2008.
[2] OLIVEIRA, T. E. C. D. Estudo da Capacidade de Hospedagem de Fontes de Geração Distribuída no Sistema Elétrico de um Campus Universitário. 142p. Dissertação de Mestrado em Engenharia Elétrica, Universidade Federal de Itajubá. Itajubá, 2014.
[3] RIBEIRO JUNIOR, L.C. “Inversores Inteligentes em Sistemas de Fotovoltaicos para Controle Integrado de Funções Utilizando o OpenDSS”. Dissertação de Mestrado, UNIFEI, Itajubá – MG, 2018.