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06/15/2023
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Proteção de Distância

Em um cenário de crescente demanda por energia elétrica e complexidade dos sistemas de transmissão e distribuição, a proteção de distância se torna cada vez mais relevante. 

No Brasil, segundo dados do ONS, a extensão da rede básica de transmissão em 2022 era de 179.311 km. A previsão para 2027 é chegar em aproximadamente 216 mil [1].

Entender, portanto, os conceitos de proteção de distância são fundamentais para o dia a dia do especialista que realiza o comissionamento de proteção & controle de linha e a operação e manutenção da rede de transmissão.

Neste artigo vamos entender:

O que é a Proteção de Distância

Princípio de Funcionamento da Proteção de Distância

Representação da Linha de Transmissão no Diagrama R-X

Curto-Circuito numa Linha de Transmissão

Introdução

Os relés de distância são dispositivos que operam com base na relação entre dois sinais representados como fasores, ou seja, a tensão e a corrente. Essa relação é expressa como um número complexo e o relé pode ser projetado para responder ao módulo desse número ou ao próprio número complexo.

A função distância mede, através da leitura das correntes e tensões do circuito protegido, a impedância entre o ponto de aplicação da proteção e o ponto onde ocorreu o curto-circuito.

A dimensão da grandeza calculada é Ohms: Impedância = Tensão / Corrente
[tensão e corrente, grandezas fasoriais]

A função de impedância, que tem como código o número 21 de acordo com norma  ANSI, é amplamente utilizada para a proteção de linhas de transmissão. Essa função recebe esse nome devido à relação entre a impedância da linha protegida e o seu comprimento, expresso em ohms por quilômetro.

Essa associação permite que a impedância medida seja correlacionada com a distância até o ponto de curto-circuito. Dessa forma, a função de impedância é capaz de determinar a localização de uma falha na linha de transmissão, baseada nas características de impedância do sistema elétrico.

Ao utilizar a função de impedância para a proteção de linhas de transmissão, é possível estabelecer zonas de proteção com base nos valores de impedância medidos. Essas zonas definem limites de distância a partir do ponto de conexão, onde a atuação dos dispositivos de proteção é determinada.

Princípio de Funcionamento da Proteção de Distância

Uma impedância pode ser representada graficamente no diagrama R-X (figura 2).

O ângulo do vetor de impedância da linha está relacionada com a relação R-X, dos parâmetros da linha.

Quando ocorrer uma falta na linha, no ponto F (figura 1), o relé vai ler um valor de tensão e corrente. 

Dividindo a tensão pela corrente, temos um valor de Z.

Figura 1

Figura 2

Representação da Linha de Transmissão no Diagrama R-X

Na figura 3, temos a subestação P, M, R e G.

Figura 3

Toda linha tem a sua própria impedância. Representando as impedâncias das linhas de transmissão no diagrama R-X ficaria como indicado na figura 4.

Figura 4

A SE M representa a subestação de referência, assim consideramos que ela está na origem do diagrama. Como a SE M está na referência, as linhas 1 e 2 estão no 1º quadrante.  Essas linhas, portanto estão à frente da SE M. A linha 3, entretanto, está atrás da SE M, portanto está na posição reversa. 

O objetivo desta seção foi mostrar os conceitos de representação das linhas de transmissão no diagrama R-X e os conceitos de frente e reverso, muito comuns no dia a dia dos profissionais que atuam com sistema elétrico de potência, incluindo o especialista de proteção & controle e os que realizam operação e manutenção.

Curto-Circuito Numa Linha de Transmissão

Quando um curto-circuito ocorre em uma linha, a impedância presente nessa linha limita a queda de tensão causada pela corrente que flui através dela.

Para caracterizar a falta e desligar a linha, o relé precisa ler essa impedância.

Ocorrendo uma falta na linha 1 (figura 5), o relé vai ler uma tensão e uma corrente até o ponto de falta.

Ao calcular essa impedância, ela vai estar localizada no ponto em vermelho indicada no diagrama R-X (figura 6).

A tensão lida será do ponto onde está o relé até a falta.

E a corrente lida  será a que está passando pelo TC da linha 1, devido à falta.

Ao calcular o valor de impedância e verificar que valor está dentro da região de operação, o relé envia o comando para abrir o disjuntor.

 

Figura 5

Figura 6

Conclusão

Em um cenário de crescente demanda por energia elétrica e complexidade dos sistemas de transmissão e distribuição, a proteção de distância se torna cada vez mais relevante. 

O avanço da tecnologia tem proporcionado o desenvolvimento de dispositivos e algoritmos mais sofisticados, permitindo uma proteção ainda mais eficiente e adaptável às necessidades específicas de cada sistema.

Em relação ao Brasil, segundo dados do ONS, a extensão da rede básica de transmissão em 2022 era de 179.311 km [1]. A previsão para 2027 é chegar em aproximadamente 216 mil. 

Entender portanto os conceitos de proteção de distância são fundamentais para o dia a dia do especialista que realiza o comissionamento de proteção & controle e operação e manutenção da rede de transmissão.

Referências

[1] https://www.ons.org.br/paginas/sobre-o-sin/o-sistema-em-numeros

[2] Material de aula da Capacitação em Comissionamento de Proteção & Controle. Clique para saber mais sobre a formação da Pronext Engenharia.

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